Este livro parte da premissa de que o modo de produção e as relações de produção que lhe estão associadas são fundamentais para compreender os processos económicos, sociais e políticos que ocorrem na sociedade. A clivagem social central numa sociedade capitalista é entre aqueles que possuem e controlam os meios de produção, ou seja, a burguesia, e aqueles que são contratados para utilizar esses meios de produção, ou seja, o proletariado. Esta contradição fundamental tem um efeito estruturante e influencia as condições e actividades económicas. Este livro procura explicar como surgiu a estrutura de classes que prevalecia em Dysselsdorp na altura da expropriação de terras em 1972 e qual era a dinâmica entre as diferentes classes e fracções de classes. Tenta também clarificar os processos de formação de classe, localização, deslocação e relocalização que sublinharam a posse e a desapropriação de terras. Por fim, o livro analisa quatro modelos de restituição de terras que a comunidade de Dysselsdorp adoptou e esclarece o seu impacto na formação, diferenciação, localização, consciência e perspectivas de coesão social das classes.