Os conflitos fundiários rurais e a coesão social na Costa do Marfim constituem desafios importantes para o desenvolvimento e a paz no nosso país. Estes conflitos estão ligados à venda ilegal de terras pelas populações autóctones, detentoras de direitos consuetudinários sobre as terras rurais, a migrantes de outras regiões ou de países vizinhos. Estas vendas foram encorajadas pela política agrícola do primeiro Presidente da República da Costa do Marfim, que afirmava que "a terra pertence a quem a utiliza". Atualmente, as gerações mais jovens questionam estas transacções e reclamam os seus direitos à terra dos seus antepassados. Estes conflitos são frequentemente violentos e atingiram o seu auge durante a crise sociopolítica que atingiu o país entre 1999 e 2011. Ocorrem principalmente no oeste e sudoeste do país, onde se concentra a produção de café e cacau. A região de Cavally, no oeste da Costa do Marfim, é uma zona de grande tensão fundiária, onde se registaram numerosos confrontos violentos entre populações indígenas e não indígenas, nomeadamente durante e após a crise pós-eleitoral de 2010-2011.