Este trabalho discute a governação global da saúde através de diferentes quadros de governação, como a governação jurídica, económica e/ou tecnológica. No entanto, o foco deste trabalho está na governação da saúde global através do conceito de securitização. Por conseguinte, examina o que é a securitização enquanto instrumento de governação social e jurídica da saúde e as suas implicações na governação das doenças infecciosas e não infecciosas, que são consideradas ameaças à segurança da saúde. Apesar das muitas formas de governação, será demonstrado que existe uma relação entre elas, o que, em última análise, ajuda a governar a saúde global de forma holística. Por outras palavras, este trabalho explora a forma como a governação jurídica e a securitização interagem e são mutuamente dependentes uma da outra.Além disso, a securitização dá prioridade à atenção prestada a determinadas ameaças à saúde, dependendo da afirmação do grau de ameaça que uma doença pode representar. Esta priorização pode levar a que se negligencie a prestação ativa de serviços de saúde e a responsabilidade de respeitar os direitos humanos, como o direito à saúde. São discutidos vários estudos de caso para compreender o papel da securitização e as suas implicações.