Em sociedades multiculturais a justiça social parece ser diretamente proporcional aos padrões e níveis culturais das relações de reconhecimento moral vigentes entre sujeitos, delimitados pela pluralidade de orientações axiológicas sobre bem-viver e capacidades contributivas sociais. Mas, se o afeto ao lugar tem sido particularmente capaz de produção social de significados, modulação da racionalidade instrumental e exigências morais de reconhecimento dessa relação afetiva em particular, como impulso moral às concepções de bem-viver e pretensões jurídicas, como o explicitado no caso dos Caiçaras da praia de Trindade, então, essa necessária abertura exegética parece também depender do interesse afetivo pelas relações dos sujeitos com o ambiente natural.