O presente livro é fruto de inquietações e descobertas sobre a História Social da Música na sociedade recifense entre os séculos XVIII e XIX. Aqui estão presentes algumas reflexões sobre o cotidiano da música na Vila do Recife tomando como mote a experiência da Irmandade de Santa Cecília e a articulação de seus confrades na sociedade, justamente num período de transformações políticas, econômicas e sociais que marcaram o fim da dependência política do Brasil em relação a Portugal e que afetaram a realidade espacial aqui elencada. A relação da música, escravidão e população livre de cor é outro aspecto que buscamos aqui problematizar, já que a predominância de músicos de ascendência negra, ou que ainda viviam sob a condição cativa no contexto é uma questão que ¿salta às vistas¿ ao simples contato com a documentação da época. Por fim, aqui tencionamos ofertar mais uma contribuição sobre o passado musical brasileiro e a percepção da sociedade colonial sobre a arte da música e sua prática, contribuindo assim, para os debates sobre o tema e a divulgação das pesquisas entre especialistas e público em geral.