Enraizado no corpo e moldado pelo contato e pela interação com o ambiente, o psiquismo se organiza a partir das vivências de um corpo. Um corpo em experiência que, ao nascer, já está imerso no universo das relações humanas, em suas dimensões corporal, sensorial, simbólica. Na perspectiva psicanalítica freudiana, as noções de prazer e desprazer estão na base da ordenação do psiquismo, como eixos de um fluxo de circulação libidinal (energética), referindo-se claramente a um acontecimento no corpo, ao mesmo tempo em que designam uma expressão psíquica. Situada na interseção entre corpo e psiquismo, a questão do prazer/desprazer revela ainda o caráter necessariamente relacional de nossa trajetória psíquica. É esse o ponto de partida dessa investigação, que entrelaça contribuições freudianas e pós-freudianas a fim de fazer emergir elementos e aspectos fundamentais das vivências que, na linha do tempo, tecerão aquilo a que iremos nos referir como a experiência subjetiva de cada um de nós.