Este livro tem como objetivo realizar um estudo dos procedimentos de desmaterialização e de significação do vazio na obra de Orides Fontela, poetisa brasileira que produziu entre 1969 e 1996, para inseri-la em uma tradição poética que se estende de Mallarmé aos concretistas brasileiros, apontando para o trabalho de construção poética centrado na economia, na concisão e na objetividade. Em decorrência e nesta perspectiva, chegamos à leitura comparada de poemas com obras de arte minimalistas que apresentam um mínimo de informação e o máximo de significado. Um processo semelhante de tratar a forma pode ser verificado em ambas as manifestações artísticas, a literária e a pictórica.