A presente pesquisa investigou o processo de adaptação de crianças pequenas recém inseridas pela primeira vez num ambiente de creche-escola. Buscou-se observar a maneira como a criança reage emocionalmente à experiência de separação materno-infantil, o possível sofrimento decorrente do afastamento da mãe nesta situação, a adaptação da criança ao novo ambiente da creche-escola e a capacidade da criança de estabelecer novos vínculos afetivos. Destacaram-se também aspectos do vínculo materno-infantil anteriores ao processo de inserção na creche-escola que pudessem estar relacionados com a maneira específica de a criança lidar com essa experiência. Para que houvesse uma compreensão maior tanto da maneira como se deu essa inserção da criança, quanto dos possíveis efeitos para a criança decorrentes desta experiência, foram analisadas as perspectivas das pesquisadoras, das mães e das cuidadoras. Na construção desses novos vínculos afetivos a disponibilidade emocional e a capacidade empática das cuidadoras da creche-escola foram de grande importância para proporcionar a segurança necessária para a adaptação gradativa das crianças ao novo ambiente.