Desde há vários anos, a questão da situação agrícola do Gabão mobiliza constantemente um vasto leque de actores. Organizações internacionais, agências e bancos de desenvolvimento, colectividades locais, investigadores eminentes em economia e agronomia, etc., têm estado envolvidos. Até à data, ninguém foi capaz de indicar o caminho para revitalizar este sector tão fundamental. No âmbito do presente estudo, propomo-nos utilizar a socioantropologia do desenvolvimento e da mudança social, que é ao mesmo tempo "uma antropologia política, uma sociologia das organizações, uma antropologia económica, uma sociologia das redes, uma antropologia das representações e do sentido" (J.-P. Olivier de Sardan, 1995), para explorar o domínio da agricultura no Gabão de modo a pôr em evidência uma perspetiva analítica de reconversão, que designamos como a "outra face da moeda", praticamente inexplorada até agora. A longo prazo, isto deverá permitir-nos olhar para o problema de um ângulo mais operacional. Mas também, e sobretudo, ajudar-nos-á a sugerir caminhos e soluções que passam inevitavelmente pela re-humanização deste sector.