A presente investigação versa sobre o retrato mediático do terramoto do Haiti, ocorrido a 12 de janeiro de 2010. A análise comparada do tratamento noticioso constante nas imprensas portuguesa e norte-americana permite aferir até que ponto se verificam algumas das tendências generalizadas que caracterizam a cobertura de crises ou catástrofes naturais, a saber: o recurso habitual a enquadramentos emocionais, bem como, uma eventual influência dos media nas decisões de política externa. Recorrendo a uma metodologia qualitativa que combina a meta-performance com a framing analysis de quatro jornais portugueses (Público, Jornal de Notícias, Diário de Notícias, e Expresso) e dois americanos (The New York Times e o The Washington Post), no período entre dezembro de 2009 e abril de 2010, conclui-se nesta dissertação que existiu um grau considerável de contraste entre a cobertura noticiosa nas imprensas portuguesa e norte-americana, nomeadamente no recurso dissemelhante a expressões e temas que centram o acontecimento no sofrimento das vítimas e que revestem a cobertura dos tons negativo e de empatia, bem como, uma cobertura enaltecedora dos esforços nacionais no caso norte-americano.