A crítica da necessidade é um campo da crítica da economia política, que visa a uma ampliação das condições teóricas em que a necessidade humana-social tem seu significado no interior do sistema capitalista a partir da análise estrutural da teoria do valor. A necessidade, como processo histórico de satisfação de necessidades, no capitalismo, é invertida em duplo caráter, a saber. No sentido em que a sociedade não tem o controle nem autonomia acerca das possibilidades e condições para satisfazer necessidades sociais, provocada esta situação pela forma social do valor; também pela inversão ideológica em que coloca o sujeito social na ilusão de que é o senhor da relação social da forma mercadoria. À medida que o capitalismo se transforma em sistema social de produção de mais-valor, absorvendo a totalidade social, numa tautologia, o Capital absolutiza a necessidade de valorização do valor. A sociedade produtora de mercadorias transforma o modo de produção em um processo de total dependência social. A forma mercadoria é a criação de um vazio material de acesso às condições materiais de satisfação de necessidades.