A prática do Cuidado de si, perpassa toda a nossa cultura ocidental e se estabelece em nossa sociedade em várias verdentes, na religião com as práticas da confissão, na Psicologia dentro das práticas de escrita em diário e nas terapias holísticas que chegam mais perto dos exercícios espirituais praticados pelos filososofos da antiguidade. Deste modo, para os filósofos da atualidade, cabe o resgate destas práticas como um aprendizado etopoietico, para um fazer filosófico destituído dos moldes da modernidade que julga ser filosofia apenas aquilo que se pode conhecer por intermédio da razão, em uma abordagem epistemológica que contrapõe ao da conversão a vida filosófica, que consiste num trabalho de auto-formacao do indivíduo, o que o torna um exímio Parrhesiasta. Melhor dizendo, aquele que em seu modo de vida, diz a verdade sobre si mesmo, sem mesmo dizer uma palavra. Contudo, para o exercício dessa verdade se faz necessário o conhecimento de si, que remete ao cuidado que se tem consigo mesmo.