Nietzsche considera a cultura de sua época como decadente. O filósofo acredita que esta decadência tenha sua genealogia nas religiões monoteístas, sobretudo no Cristianismo. Pois a postura desses credos religiosos é a defesa de uma verdade absoluta, portanto, contrária ao movimento (devir) da vida, a qual não se prende somente a uma unicidade, mas também a uma multiplicidade de fatos da existência. Por isso, essa discussão foi realizada tomando como base o prólogo da obra Assim Falava Zaratustra. Nietzsche propõe então pensar na realização plena da vida a partir de infinitas perspectivas sobre o mundo, sem afirmar uma valoração dogmática dos fatos, assim feita pelas religiões e correntes filosóficas, já que, para o filósofo, tudo não passa de um olhar interpretativo. Entretanto, para que esta nova visão filosófica possa existir, Nietzsche apresenta a necessidade da transvaloração de todos os valores, por isso anuncia por meio de Zaratustra a morte de Deus. Através desta perspectiva, existe a possibilidade de transformar os valores da cultura decadente e niilista em uma cultura do porvir vivida pelos espíritos livres.