Nessa pesquisa, problematizamos a experiência coletiva de cerca de 120 estudantes angolanos que desde 2004 residem e estudam na cidade Lins (no interior de São Paulo). A hipótese de nossa pesquisa foi a de que os estudantes elaboraram um posicionamento de caráter étnico em reação a atribuição adscrita da negrura (FANON 2008), histórica e cotidianamente aos povos de origem africana em sua experiência coletiva. Dito de outro modo, os estudantes em sua permanência no Brasil passam por um processo de racialização e em reação a essa negação produzem, por meio de um processo de etnicização , um posicionamento que por sua vez articula de forma interseccionada duas clivagens sociológicas (raça e etnia).