Esse livro antes de ser um estudo sobre como direcionamos e pensamos nosso olhar para com a Morte é uma reflexão de um Ser frente à sua mortalidade. Trata do enfrentamento do homem perante a maior de todas as angústias existenciais, é o diálogo com o aspecto mais humano e mais próprio de um Ser, aquilo que só a ele diz respeito: sua própria morte. Através de um processo que percorre uma organização conceitual histórica e filosófica se pode observar a construção e a manutenção do pensamento mortuário e de seus ritos como representantes diretos da relação entre o Ser-aí com a Morte como fim de todas as possibilidades, como finitude. É a partir dessa relação que se dá vida à Morte, no sentido de dar-lhe voz, dar à Morte algo que foi negado: sua presença. Sua presença não apenas no corpo do Outro em que o Eu sacia sua sede, nem como o constructo ausente do Ser-Eu, mas como uma constituição de vida da própria Presença. A Morte e Vida são elementos de uma mesma força que promovem as ondulações constituintes de cada Ser-Para-a-Morte.