A Guerra dos Seis Dias foi sem dúvida um acontecimento significativo na história das relações judaico-árabes. Contudo, precisamente por isso, a tendência prevalecente é tomar esta guerra como um "ano zero", ou seja, o que quer que tenha acontecido antes é menos ou não relevante.Um dos resultados é a criação da dicotomia superficial entre "esquerda" e "direita" israelita, ou entre "campo de paz" e "campo nacional" israelitas. Esta visão superficial é simultaneamente não-histórica na sua essência e politicamente enganadora e prejudicial.Este livro procura situar os acontecimentos de Junho de 1967 numa sequência histórica que remonta a 1957. Este olhar renovado sobre a década que antecedeu esta guerra dramática permite uma melhor compreensão da década que se seguiu à guerra: 1967-1977.Tal visão mostra que a dicotomia mencionada não tem base histórica, e que a distinção adequada necessária para compreender a história política de Israel é entre a escola de status-quo e a escola do momentum. Como este livro tenta sugerir, esta divisão não é apenas parte do passado, mas também do presente.