A epilepsia é a doença neurológica mais comum nas crianças. Os estudos sobre crianças e adolescentes com epilepsia revelaram uma elevada incidência de dificuldades psicológicas e comportamentais. Durante muito tempo, os doentes e os médicos tenderam a concentrar-se apenas no controlo das crises epilépticas, ignorando a presença de sintomas e perturbações psiquiátricas co-mórbidas. Nos últimos anos, o reconhecimento do seu impacto negativo na vida dos doentes com epilepsia veio realçar a necessidade de identificar e tratar precocemente os sintomas psiquiátricos. No entanto, a epilepsia é uma condição crónica stressante para a vida familiar e pode ter consequências na saúde mental dos membros da família, pelo que o impacto não afecta apenas a criança, mas também a sua família. O objetivo deste trabalho foi estudar a prevalência da depressão entre crianças epilépticas em idade escolar e os seus irmãos e estudar os possíveis factores de risco para estas perturbações depressivas.