Nossas incursões na Serra do Cipó permitiram uma maior aproximação dessa realidade, enquanto local de exercício de "experimentação de mundo" de nossa pesquisa, que esteve voltada para a compreensão das origens, natureza e repercussões dos processos de ordenamento territorial associados à criação e à gestão do Parque Nacional da Serra do Cipó e da Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira. Essa experiência revelou traços de uma geografia exuberante, histórias e estórias, modos de vida e costumes culturais singulares, diversas maneiras de se interpretar e de se relacionar com o meio natural, conflitos de diferentes dimensões e significados e sucessivos ciclos socioeconômicos e políticos, todos esses responsáveis por moldar e (re)conformar a dinâmica territorial da serra. De forma geral, foi possível reconhecer a representatividade regional das UCs enquanto um rico patrimônio paisagístico e cultural, um ativo territorial que efetivamente garante qualidade ao território, em termosde equilíbrio dos diversos usos e interesses aí incidentes, cujas repercussões influem no nível de bem estar daqueles que ali vivem e na manutenção dos processos ecológicos, econômicos e socioculturais.