Esta pesquisa busca elucidar aspectos do processo de individuação de praticantes de budismo tibetano, por meio de entrevistas em história oral de vida. Buscamos discutir o processo de transformação da personalidade, denominado por Jung de processo de individuação, no contexto da prática budista tibetana, considerada um marco biográfico para seus praticantes. Adotamos nesta pesquisa os pressupostos metodológicos e éticos da história oral, e também da pesquisa simbólica, tal como concebida por Jung. A prática budista tibetana na contemporaneidade dá-se no contexto pós-diáspora, quando, a partir de 1959, o Tibete foi invadido e ocupado pelos chineses. Indagamo-nos em que medida o budismo tibetano pode ou não oferecer elementos que auxiliem o indivíduo a se perceber em um processo alinhado ao Self e, ao mesmo tempo, inserido na comunidade humana, podendo nela se engajar e se comprometer com sua melhoria.