A violência é uma das marcas dos nossos dias. A sua presença é sentida no cotidiano de nossas cidades, nas ruas, na mídia, nas artes. Desde os primórdios da humanidade, a violência faz parte de sua história como uma maldição implacável. Não obstante as crenças iluministas, os avanços técnicos e científicos não atenuaram em nada a cultura da violência, pelo contrário, tornaram-na mais sofisticada. Assistimos no século passado duas guerras mundiais, o surgimento do nazismo, o terrorismo, o genocídio, os assassinatos e a tortura como política de governos e a explosão de bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki. Nas grandes cidades, a violência urbana amedronta a população. Este trabalho buscará demonstrar, a partir da análise de alguns textos do Antigo Testamento, como eram compreendidas e aceitas pelo povo de Israel as várias manifestações de violência dentro de um específico conceito de justiça, levando em conta a sabedoria de Deus e a responsabilidade humana. O objetivo é, a partir desta contextualização, instaurar uma ética de não-violência no agir de Deus que tenha validade para os dias atuais, tanto no âmbito religioso quanto no secular, social e político.