A expansão dos monocultivos de cana-de-açúcar acentuada, sobretudo, em função do crescimento da produção de etanol nos anos 2000, em virtude da busca por novas fontes de energias "limpas e renováveis" e da criação dos motores flex fuel, tem reconfigurado as formas de apropriação de terras em diversas regiões brasileiras. Em decorrência dessa expansão, os assentamentos rurais têm se inserido nos mercados a partir da instalação/ampliação de canaviais. Nesse sentido, investigou-se as consequências sociais, econômicas, político/institucionais e ambientais da produção de cana-de-açúcar no Assentamento Rural Campestre Norte, a partir da "parceria" com o agronegócio sucroenergético no estado do Piauí-Brasil. Como resultados da pesquisa, verificou-se que os assentados se reproduzem através da renda advinda da "parceria" com a Usina Comvap Açúcar e Álcool Ltda., e caracterizam-se como produtores de cana-de-açúcar, submetendo-se às lógicas e práticas produtivas engendradas pela empresa, que estabelece relações de poder, o que tem acarretado uma reconfiguração territorial do agronegócio em detrimento da agricultura familiar.