O estudo se propõe a refletir acerca da educação brasileira nas décadas de 1930 e 1940, debruça-se, especificamente, no ensino escolar quanto à formação da classe operária nacional durante o governo Vargas (1930-1945). O tema adquiria relevância pela preocupação com o sentido que se pretendia imprimir à formação da nova geração frente ao processo de modernização e de desenvolvimento do capitalismo nacional. A análise considera, nesse sentido, as mudanças políticas, econômicas e sociais que suscitaram a elaboração de propostas para a educação escolar e implicaram na definição de sua diretriz, organização e dinâmica. Destaca-se o papel exercido pelo Estado, a partir de seu caráter centralizador e intervencionista, como agente capaz de promover o projeto aspirado, estruturando o ensino considerado adequado àquela realidade em conformação. Além da organização da educação nacional, ressalta-se que, por um lado, exigia-se a formação de uma classe trabalhadora apta à produção sob a lógica racional do trabalho; por outro, pensava-se a formação de uma classe dirigente capaz de conduzir e coordenar as ações econômicas e também ocupar altos cargos hierárquicos na burocracia privada e estatal.