A presente obra é resultado do trabalho de dissertação realizado sob a orientação do Prof. Dr. Pedro Luís Navarro Barbosa (UEM). A pesquisa investigou o discurso produzido, no Brasil, em anos de 1980 acerca da Aids. A emergência do discurso sobre a doença determinou o recorte histórico efetuado, a partir de três superfícies de emergência: o jornal diário Folha de S. Paulo; a revista Veja; e, por fim,campanhas televisivas produzidas pelo Ministério da Saúde brasileiro em 1987 e 1988. Tais discursos midiáticos encontram-se dispersos ao longo daquela década, mais precisamente, nos anos de 1983, 1987 e 1988. Para empreender a análise, pautou-se no método arqueológico e genealógico de Michel Foucault, além da tecnologia de poder do dispositivo de sexualidade. A partir das sequências enunciativas, a pesquisa notou que o indivíduo contaminado pelo retrovírus HIV é objetivado e passa pelo processo de subjetivação produzido por discursos midiáticos atravessados por diferentes campos de saber, nos quais se pode identificar a relação de três tecnologias de poder: a governamentalidade, a disciplinaridade e o dispositivo de sexualidade.