Ao concluir sua definição do dispositivo da sexualidade, em "A vontade de saber", Foucault deixou entrever que talvez outro dispositivo já estivesse em vias de se compor. Partindo dessa ideia central e de uma série de indícios que nos chegam por intermédio das inovações científicas, este trabalho defende a hipótese de que o dispositivo da sexualidade está sendo substituído pelo dispositivo da biotecnologia. Para fundamentar esta hipótese, a autora discute quais contribuições o conceito de biopoder pode trazer em relação aos recentes avanços da biotecnologia, particularmente no que se refere à saúde humana, percorrendo um vasto circuito teórico e um leque de autores que vai de Foucault e seus intérpretes filosóficos, como Deleuze ou Agambem, até aqueles que prolongaram as intuições foucaultianas nessa direção, como Rabinow e Rose. Para cartografar as linhas que compõem esse novo dispositivo, a autora tomou como dados empíricos, as notícias veiculadas na mídia sobre os avanços no campo da biotecnologia molecular, especialmente as ligadas à saúde humana, realizando uma cartografia que se mostra útil para pensar as novas modalidades de produção de subjetividade no mundo contemporâneo.
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