No Curso Jesuíta Conimbricense, através da formulação da teoria da visão que Manuel de Góis veiculou no ¿Comentário ao De Anima de Aristóteles (1598) ¿, encontra-se descrito o percurso da alma humana desde o visível até ao Invisível.Partindo do visível, ou seja, do objeto adequado da vista, a cor que se manifesta por meio da luz, diáfano em ato, e da espécie sensível, ao casar o que Aristóteles defende no livro comentado e em O Sentido e o Sensível com a tradição peripatética dos seus seguidores e com aportações platónicas e neoplatónicas, Manuel de Góis traça o trajectória da alma humana desde o estádio em que está unida ao corpo até ao estádio em que, após a morte do corpo, se une a Deus. Ao incorporar a espécie sensível no processo visual e ao colocar o visível no cerne da teoria da visão conimbricense, o processo visual assume contornos que transcendem o mero ato de ver, transformando a visão no sentido do conhecimento, já que abre as portas ao conhecimento intelectual e ao espiritual.