Este livro investiga práticas e saberes médico-psicológicos mobilizados em três crimes ocorridos no Rio de Janeiro do início do século XX. Procurou-se, além disso, dar visibilidade à experiência dos sujeitos "criminosos" enredados pelo saber psiquiátrico, suas trajetórias e vivências, percepções e sofrimentos, bem como os discursos de outros atores acerca desses casos, como a imprensa e intelectuais de expressão do período. Tentamos, por um lado, compreender alguns dos principais influxos sócio-culturais sobre a prática psiquiátrica produzida do período. Por outro, buscou-se situar alguns conflitos e questões internas à psiquiatria do período, sobretudo a partir da análise de suas estratégias de construção diagnóstica e da reflexão acerca de sua heterogeneidade epistemológica. Assim, este trabalho visa contribuir ao campo da história dos saberes e práticas médico-psicológicas, interessando estudantes e profissionais das ciências humanas e da saúde que pretendem refletir sobre a dimensão histórica dos discursos que visam compreender o comportamento humano.