A análise espacial dos efeitos dos extremos pluviométricos em Belo Horizonte entre 2006 e 2016, com base nas matérias do Jornal Estado de Minas, mostra que geralmente os maiores danos socioambientais acontecem nas regiões da cidade mais vulneráveis e que carecem de atenção. Esperava-se encontrar relações negativas entre as condições de vida e os efeitos dos extremos pluviométricos, com as áreas mais socialmente vulneráveis, aquelas mais expostas a alagamentos, desabamentos, deslizamentos, desmoronamentos, inundações e quedas de árvore. No entanto, os resultados além de não confirmarem significância estatística nessas relações, indicaram tendência contrária às expectativas. Dentre os possíveis fatores para a não confirmação dessas expectativas, estão o tratamento midiático seletivo; aspectos físicos da cidade de Belo Horizonte; a falta de acuidade espacial dos dados; os temas ambientais ainda serem tratado como uma questão periférica; despreparo dos profissionais da comunicação para traduzir, sem prejuízo da informação, os termos técnicos precisos para a linguagem coloquial; a falta de jornalistas especializados para a cobertura de pautas relacionadas ao meio ambiente e etc.