O encarceramento parental é um evento de relevância demográfica em cenários de encarceramento em massa, sendo que a literatura reporta que este fenômeno causa acúmulo de desvantagens na experiência da infância e incremento da desigualdade entre a população infantil. O objetivo do presente trabalho é analisar algumas características sociodemográficas dos pais e mães encarcerados na Região Metropolitana de Belo Horizonte, bem como da situação dos seus filhos. Também, apresentam-se detalhes sobre o trabalho de campo e se discute sobre as limitações e as potencialidades dos dados. Sendo que, coletaram-se informações primárias in loco e face à face de uma amostra da população carcerária da RMBH no ano de 2014 (n = 718). Os resultados apresentados mostram que a população carcerária da RMBH é composta principalmente por pessoas negras, jovens, com filhos e de camadas sociais mais pobres. Evidencia-se então uma população de pais e crianças que, experimentam a exclusão social e a invisibilidade estatística, através de uma base de dados nova, a qual ainda não foi totalmente explorada, e tem bastantes informações para futuras pesquisas.