"O migrante é aquele que habita o espaço indefinido da fronteira. Ali, ele não é mais cidadão do país de origem e ainda não é cidadão do país de destino. Neste caso o termo fronteira é entendido não tanto em termos geográficos, mas em termos simbólicos, culturais e psíquicos". (Alfredo J.Gonçalves) Nesse cenário, a partir desse lugar, o migrante é movido a interrogar a Deus e ao próprio destino. Ele vê suas certezas e referências se esvaírem como se as luzes se apagassem e os marcos desaparecessem da estrada. Diante desta realidade, ele se sente inseguro, podendo ser tomado pelo medo e pela dúvida, dando espaço à solidão, à anomia e ao desespero.