A construção das figuras dos líderes políticos sul-americanos e o modo pelo qual os dispositivos midiáticos projetam e idealizam o Outro-presidente e seu estilo de governar, definem as relações entre mídia e democracia. A engenharia do discurso mostra que a mídia brasileira enuncia palavras de ordem, convocando seu público para aprovar uns e reprovar outros e, em assim fazendo, assume o papel partidário de direita e sustenta uma democracia empobrecida. Além disso, demarca uma linha fronteiriça, separando o Brasil da América do Sul nos espaços topológico-políticos do Mesmo e do Outro, ao modo de uma oposição sem sutilezas e complexidades. Em suma, a democracia se encontra sob risco em face dos erros cometidos pela mídia e de sua homologação pelos poderes públicos e, até mesmo, pelas instituições privadas. Esta obra resulta de uma pesquisa e servirá de referência para novos trabalhos acadêmicos e para a reflexão dos profissionais da imprensa e do mundo político a respeito dos destinos da democracia e das liberdades individuais e coletivas.