Este livro tem como objetivo problematizar os padrões de escolha conjugal na interface entre teoria antropológica, literatura e etnografia, tendo como campo de análise a interação entre indivíduos em processo de casamento. Procura-se, assim, avaliar os perfis dos cônjuges tendo como cenário as transformações sociais que caracterizam as sociedades moderno-ocidentais, cujo aparecimento da literatura romântica, difusão da ideologia individualista e diversificação de arranjos familiares exerceu profunda influência no tipo de escolha afetivo-sexual dos indivíduos, e com isso no tipo ideal de parceiro com quem se quer, se espera ou se deve casar. Sua ênfase metodológica recai sobre contribuição da literatura antropológica para o estudo do tema, a discussão sobre o imaginário das estratégias matrimoniais presentes na obra da escritora inglesa Jane Austen, bem como a experiência etnográfica obtida por meio do contato com noivos que estavam vivendo as tensões e expectativas com seus casamentos. A proposta com isto é levar o leitor compreender não só os perfis de seleção e os discursos sobre o cônjuge preferencial, mas o porquê da escolha com vistas à união conjugal.