O hip-hop como um todo esteve durante muito tempo associado a um tipo de atividade cultural marginal, refletindo o espaço onde era praticado em grande parte. Hoje o movimento sociocultural parece transitar entre diferentes posições, tanto no imaginário social, quanto nos estudos acadêmicos. Ele geralmente é visto ainda dessa forma, estereotipado, violento - como acontece com o "gangsta rap" - ou, no outro extremo, como atividade redentora que reflete a realidade das classes menos abastadas, da afirmação dos valores e da força de seus guerreiros, que tem orgulho de sua cor e de sua origem, e que buscam formas de expressão e luta por direitos através dessa identidade. Podemos observar o hip-hop fora destes extremos sem no entanto excluí-los completamente mas indo além deles. Podemos observá-lo (ou observá-los) sem impor limites a sua importância social para os excluídos, e também sem colocá-lo como uma expressão vazia da indústria cultural. A ideia aqui é transitar entre teorias sociais desmistificando o movimento cultural, apontando novos caminhos para sua compreensão.