Este livro nasce como uma proposta de pensar a relação que estabelecemos com o tempo no contemporâneo através de um diálogo entre os saberes dos campos da saúde mental e da filosofia. Nesse primeiro destaco a desinstitucionalização, um dos temas mais relevantes do campo, como o dispositivo que aciona a transformação nas relações de poder, algo que possibilita a quebra do processo de cronificação. Entretanto, como promover a desinstitucionalização diante de um contexto cronificador que paralisa não só àqueles com longos anos de internações psiquiátricas mas, também, a nós profissionais? Como descronificar em um tempo cronificador? A partir destas questões as figuras de Cronos e Aion - a partir da leitura feita por Gilles Deleuze - surgem como apostas potentes para pensarmos os tempos e a clínica na desinstitucionalização a fim de que, com eles, possamos estabelecer relações mais singulares e mais éticas.