Desde que o meio revista é segmentado a públicos femininos e masculinos, observamos fórmulas editoriais adaptadas a contextos e linguagens específicos. No século XXI, por exemplo, encontraremos os títulos Alfa e Lola Magazine, nos apontando uma iconografia predominante em suas capas que nos remete à apropriação do retrato em busto como uma linguagem característica deste estilo de revista. Partindo do pressuposto que considerará a cabeça como uma espécie de mediadora entre técnicas e estilos artísticos, implicados em formas e processos de representação da figura humana, nos embasaremos em um estudo, desde a arte funerária egípcia, passando pelo Renascimento no século XV, pelo invento da fotografia e a intensificação da produção industrial, do século XX ao XXI, conciliado a um intuito investigativo sobre as adaptações da linguagem do retrato junto a sua perpetuação ao longo da história. Ao supormos a capa de revista como um dos gêneros desta linguagem, encontraremos uma vertente que a considerará para além do retrato comercial. Não apenas como um mero artefato industrial, a capa de revista é tornada um espaço de leituras e releituras.