Este trabalho discute a forma de atuação do Estado nas políticas públicas urbanas a partir do argumento central da chamada Teoria Derivacionista, que diz, em poucas palavras, que o Estado, enquanto categoria, deriva do capital, enquanto categoria. Para tanto, elegemos um caso de análise: o Programa Vila Viva no Aglomerado da Serra. A escolha desse caso foi orientada pelo fato de se tratar de uma intervenção urbana de grande magnitude no maior aglomerado da cidade de Belo Horizonte e de ser uma obra do Estado executada por duas grandes empreiteiras, a saber, Santa Bárbara S/A e Camargo Corrêa S/A. Além disso, outros elementos chamaram nossa atenção, como a insatisfação popular que ocorreu em relação à obra. Buscamos apresentar a história do Aglomerado da Serra, demonstrando a prática reiterada da autoprodução na construção do espaço, tanto por meio do modo não mercantil de produção (predominante, já que a autoprodução é a forma encontrada pelos setores mais pobres da sociedade para construírem sua morada) quanto pelo modo rentista que também se faz presente na vida das favelas brasileira.