Este livro discutirá o processo bolivariano como isso torna possível as novas formas de comunidade política e de vida coletiva que surgiram na resistência à reestruturação então eoliberal do Estado e da sociedade nas décadas de 1980 e 1990. Especificamente, o ciclo de lutas que começou com o caracazo de 1989 abriu um terreno para que grupos das margens da sociedade venezuelana se mobilizassem e moldassem a política naquele país. No final do século XX, a pressão popular vinda de baixo e o abandono do Estado de seu lado do contrato social resultaram em uma situação deungovernabilidade na Venezuela. O governo de Hugo Chávez trabalhou para captar a energia criativa desses elementos, mas ainda não quebrou definitivamente com as normas e instituições do estado-nação soberano. Esta dissertação apresenta as consequências teóricas deste equilíbrio indeciso de forças como uma reconfiguração da dialéctica moderna entre poder constituinte e poder constituído. Focalizando os momentos em que o governo não conseguiu capturar a força do que a tradição marxista-espinozista identificou como a multidão,