A doença de Chagas é endémica em zonas rurais tropicais e tornou-se um problema de saúde pública na América Latina (desde a Patagónia até ao sul dos Estados Unidos). A Organização Mundial de Saúde estima que 17 milhões de pessoas estejam infectadas e que outros 100 milhões estejam em risco de infeção. Tendo em conta as vias de transmissão, a doença propagou-se a regiões não endémicas da Europa e dos Estados Unidos. A fase crónica da doença tem uma duração média de 15 anos e não existem medicamentos ou vacinas adequadas para a tratar; durante este período, as pessoas infectadas desenvolvem acidentes vasculares cerebrais e perturbações neurológicas, bem como inflamações graves nos intestinos, no esófago e no coração, sendo esta última a causa de maior mortalidade. Dado o escasso conhecimento da dinâmica de dispersão da doença, neste trabalho foi realizado um estudo da dispersão em humanos numa zona não endémica da Colômbia. A técnica computacional "Cellular Automata" foi implementada para prever o número de pessoas infectadas e a sua distribuição geográfica na região de estudo, tendo em conta as vias de transmissão sexual, congénita e transfusional.