Durante as décadas de 1970 e 1980 foram realizados estudos comparativos normativos para melhor compreender a indomitabilidade do Exército Republicano Irlandês (IRA) e Euskadi Ta Askatasuna (ETA). Estes estudos centraram-se nas semelhanças entre as organizações terroristas, no entanto, e desconsideraram diferenças fundamentais. De facto, as organizações foram tão análogas, que os observadores ficaram perplexos quando, nos anos 90, o IRA mudou de rumo e embarcou num processo político paralelo que conduziu à paz, enquanto a ETA permaneceu empenhada no uso exclusivo da violência. Muitos interrogavam-se como duas organizações, que até então tinham viajado ao longo de percursos coincidentes, poderiam subitamente enveredar por caminhos tão manifestamente divergentes. A resposta a essa pergunta, e outras, encontra-se nas disparidades que foram amplamente descartadas pelos analistas. Este estudo irá examinar essas disparidades com grande detalhe. Ao lançar luz sobre os factores singulares que distinguiram as organizações, e não apenas sobre as qualidades comparáveis sobre as quais se centraram trabalhos anteriores, este estudo ajudará os leitores interessados na história e no terrorismo europeus a desenvolver uma compreensão abrangente do IRA e da ETA.