Nos países em desenvolvimento, o alto custo dos medicamentos sintéticos limita a aquisição de fármacos a uma parcela privilegiada da população. Este estudo teve por objetivo realizar um levantamento das plantas medicinais empregadas por famílias que utilizam o sistema de creches do município de São Bernardo do Campo - SP. Para a coleta dos dados, foram utilizadas metodologias como a aplicação de questionários fechados e observação participante. Os 220 entrevistados apresentavam de 15 a 62 anos e afirmam usar plantas medicinais por uma tradição familiar. Foram encontradas 86 espécies pertencentes a 43 famílias botânicas. A comunidade mencionou o uso das plantas principalmente para tratamento de doenças respiratórias (33 espécies) e digestórias (31 espécies). Folhas, cascas e ramos são as partes vegetais mais utilizadas sob a forma de decocções e xaropes. Os dados indicam alta diversidade de plantas medicinais utilizadas por esta comunidade. A modernização traz consigo novas opçõesde cuidados com a saúde, e certa desvalorização da cultura local, isso irá, em médio prazo, acarretar a diminuição na disponibilidade e no uso de plantas nativas e espontâneas para fins medicinais.