Ter medo, sentir a emoção que se pode verbalizar e diferenciar como medo, terror, temor, assombro, entre outras, é algo que se expressa, na variedade, tipologia e valor das suas construções e interpretações, por características intrinsecamente humanas. Desde o início da história do Egipto unificado que as elites governantes procuraram explorar formas diversas de construir e cimentar uma ideologia em um território que, não obstante a proximidade cultural e comunicacional, era constituído por diferentes regiões com esferas de influência por vezes conflituosas. O faraó surge como figura central dessa ideologia, tal como a ideia de morte e passagem para o Além: ambos constituem os vectores mais importantes da cosmovisão dos Egípcios. A manutenção do equilíbrio dependia muito da vontade do monarca e a ela (ideologia) se deve a coesão e a durabilidade da civilização. Esta obra agrupa diferentes reflexos de manifestações de medo (da arte e da literatura), procurando desvelar códigos culturais da civilização faraónica e, dessa forma, contribuir para a compreensão da surpreendente civilização nilótica.