Fabulações: ações da dança na superfície nasceu do estudo que acompanhou a pesquisa para a construção da obra coreográfica, Fabulações. Trata-se da proposta de uma escrita performativa dos movimentos, da cena e da teoria da dança, em que referenciais técnicos e estilísticos são questionados sobre seu caráter determinante para a construção e o enquadramento dos corpos. É através das dúvidas apresentadas à dança, sob o estatuto de linguagem artística, que propomos para ela a construção de um discurso fragmentado, interrompido, em que os contágios sofridos nos encontros realizados no mundo não podem ser negligenciados. À representação é conferida a qualidade de expressão de sentido, e a linguagem é construída na superfície, assumindo os paradoxos internos inerentes à fatalidade de seu surgimento. O espelho é utilizado como metáfora de diferenciação para a construção do discurso, que tem a semelhança como possibilidade, apenas, e exige reconhecimento.