Após o transcurso da primeira década do século XXI, é possível um novo mapeamento estrutural da realidade que norteia a sociedade brasileira citadina, ainda sob a influência sociopolítica, marcada pelo pós-segunda guerra mundial, recorte cronológico dos últimos setenta anos no qual se organiza meu âmbito de pesquisa acadêmica e construção de fala, no que tange aos valores, comportamento familiar contemporâneo, gênero e construtos socioafetivos. Observo que a maioria das pessoas confunde a marca da diferença com a marca da desigualdade; tornando-as idênticas ou, ainda, aglutinando-as como unidade gemelar, acentuando assim a dificuldade no convívio, uma vez que os preconceitos são gerados e mantidos apenas em contextos nos quais a desigualdade é o foco. A desigualdade surge quando o mecanismo de controle aciona o preconceito e define lugares preconizando raça, religião, opção sexual, entre outros, para impor um núcleo como superior a outro, em detrimento do arcabouço ético que baliza a construção de alteridade, de respeito humano como núcleo mantenedor de valores.