A produção de Fernando Pessoa como tradutor de poesia é relativamente pequena, e com exceção de sua magistral versão do Corvo de Edgar Allan Poe constitui talvez a parte menos conhecida e investigada de sua obra inesgotável. Submetendo algumas de suas versões poéticas a uma análise cuidadosa e perspicaz, Juliana Menezes demonstra com clareza que o Pessoa tradutor abordava cada poema dando tanto peso aos aspectos formais quanto aos semânticos, e tratando com igual rigor obras-primas de grandes autores canônicos e peças frágeis de poetas há muito esquecidos. Temos aqui uma contribuição importante à área da tradução de poesia, e também ao vasto campo dos estudos pessoanos.