As reflexões contidas na obra vislumbram a compreensão do fetichismo como um sintoma próprio ao modelo hegemônico de racionalização social contemporânea. Seguindo a articulação entre a psicanálise e a teoria social, o trabalho pensou o modelo hegemônico de racionalização a partir da compreensão de Vladimir Safatle das duas tradições fetichistas: a de Freud e a de Marx. A confluência entre as duas tradições nos permite compreender o fundamento dos processos de racionalização social a partir dos problemas de socialização do desejo. Em outras palavras, ela nos ajuda entender por que a sociedade de consumo contemporânea nos direciona a organizar as nossas satisfações em um constante lidar com os excessos pautados por uma aceitação resignada e estimulando a multiplicação de bugigangas tecnológicas. Enfim, o que se pretendeu num plano geral, foi a avaliação: estamos destinados ao fetichismo (e à colonização do Outro) ou nos é possível vislumbrar uma nova forma de socialização do desejo que não esteja vinculada a tais impasses?