Este trabalho partiu de indagações empíricas que tiveram início quando de nossa pesquisa no programa de mestrado em administração (Pereira, 2005). Naquele momento, o interesse ateve-se ao recorte gerações, às representações sobre autoridade e seus impactos na materialidade dos procedimentos de preparação de líderes organizacionais. Sem que pretendêssemos deliberadamente, a orientação histórico-materialista já se fazia presente. Como sabemos, reconhecer em Marx uma propositura que descreve um universo para além de uma teoria econômica ou teoria política não constitui consenso entre seus intérpretes e, para alguns, nem mesmo está presente uma tematização do desenvolvimento da individualidade ou uma ontologia do ser social. Contudo,a abordagem sócio-histórica em psicologia de Vigotsky e Leontiev, traz contribuições incontestáveis ao estatuto de uma psicologia comprometida com o materialismo de Marx no estudo da individuação em sua determinação social. O novo esforço foi dirigido, assim, para a aproximação das categorias Gerações-Trabalho-Personalidade. O estudo trata, mais exatamente, da formação de um "novo" ser social em tempos de reestruturação produtiva ou de acumulação flexível.