Sem dúvida, o longo processo de dominação que as comunidades andinas sofreram durante os últimos séculos fragmentou a sua organização económica e social tradicional. Apesar disso, em certos lugares específicos, certas práticas de exploração de recursos persistem sob um tipo de organização que se pensava ter desaparecido. Este livro é um tratado sobre a persistência de um tipo de conhecimento andino relacionado com a gestão de solos ecológicos em espaços verticais (microverticalidade). Mostra que a comunidade de Nizag-Alauís-Equador subsistiu graças aos benefícios agrícolas de diferentes solos ecológicos e, apesar das pressões e ameaças do sistema social dominante, continua a recriar-se até aos dias de hoje (2016). A comunidade, o parentesco e as relações de reciprocidade são as instituições que sustentam este sistema económico e social. Reconhecer este tipo de conhecimento tradicional é uma oportunidade para construir novas lógicas económicas e sociais que transcendam os paradigmas do desenvolvimento agroindustrial.