A conquista e ocupação do Extremo Norte da América no século XVII e a criação do Estado do Maranhão e Grão-Pará, motivada pela invasão francesa em São Luís, impulsionou a realocação do aparato judiciário e político-administrativo da região. Embora a criação do Estado tenha garantido uma unidade política ao território não foi suficiente para eliminar os conflitos e as tentativas de invasão da região. O Maranhão seiscentista se caracteriza em meio às negociações estabelecidas entre centro de poder local e a metrópole, visando de um lado (a Coroa) a defesa da região recém conquista e de outro (agentes e oficiais régios)a ascensão e as mercês recebidas pelos serviços prestados. Estas duas situações diversas vezes estiveram entre as principais reivindicações e as concessões régias aos agentes - governadores, ouvidores, juízes, camaristas, colonos e etc. Desse modo, este trabalho visa apresentar elementos e argumentações que possam dar substratos necessários para compreender a governança no Estado do Maranhão e Grão-Pará no século XVII.