O livro trata do fenômeno do grafite e da pichação como interferências não autorizadas no espaço urbano, pelo viés da fenomenologia do olhar. Esse conjunto constitui a grafitecidade , nova plataforma de produção de imagem em um espaço de ação. Essas intervenções constituem vozes a apontar os conflitos existentes em diversas esferas, no campo político, artístico, ético e poético, da existência contemporânea. A fotografia foi a ferramenta usada no registro das ocupações transgressoras, e seus deslocamentos, táticas e estratégias de visibilidade, pois territorialidade e pertencimento permeiam a comunicação imposta pelos construtores da grafitecidade. Em oposição, o observador, que percebe a "grafitecidade" pela visão travelar , concretiza tudo isso por montagens subjetivas . As conclusões apontam que essas intervenções poderiam até sugerir o anacronismo da visão do flâneur, mas seu caráter dialético e a inserção na paisagem resgatam algo que não se retrata, algo produzido entre o olhar e o mundo.