O conceito de grupalidade foi um operador que permitiu fazer uma análise transversal em dois domínios clínicos por onde se transita cotidianamente, a prática psiquiátrica e a clínica grupal, principalmente de orientação psicodramática. Como os enunciados psiquiátricos adentram e extrapolam o corpo grupal, esta pesquisa não se restringe tão somente aos problemas de uma instituição grupal, mas se estende para além dela, alcançando a própria clínica enquanto proposta transdisciplinar. Assim, concebe-se uma grupalidade enquanto um corpo clínico comum que se situa em meio a tais saberes/poderes e se constitui na contramão de modelos perceptivos já dados, nos desvios de métodos herdados, nos encontros com outras áreas de conhecimento, notadamente artes e filosofias. Grupalidade que opera por subtração do grupo e das categorias dadas de (re)conhecimento, que possibilita uma análise dos investimentos do desejo nas ações clínicas que se realiza, suas direções e efetuações. Corpo-grupalidade que se constrói na tensão entre o que se vê, se diz e se faz nos/dos encontros. Composição que vaza por entre frestas e fissuras institucionais.