O romance Half of a Yellow Sun, de Chimamanda Ngozi Adichie, apresenta uma narrativa em que a experiência dos cronotopos auxilia na compreensão do contexto da Guerra de Biafra (1967-1970). O enredo, estruturado em quatro partes interdependentes, possibilita, pelo menos, dois eixos de observação crítica: a) a percepção da formação das identidades dos sujeitos pós-modernos/pós-coloniais nesse cenário africano e b) a fragmentação da noção de espaço-tempo desses indivíduos. As figuras ficcionais do romance são sujeitos posicionados numa época e local de mudanças, confrontando o deslocamento das antigas tradições culturais africanas e a presença cada vez maior de valores estrangeiros, ocidentais. Portanto, o objetivo do nosso livro é o de analisar a construção dos cronotopos a partir de uma perspectiva com base nas personagens Ugwu, Olanna e Richard, bem como em seus respectivos núcleos de participação. Em um ambiente pós-colonial de produção, a obra possibilita ao leitor a oportunidade de conhecer literariamente a estória de um dos maiores traumas do continente africano presenciado por nigerianos e biafrenses e de sentir o sopro do vento da globalização pelas páginas do texto.